Apenas a duas horas de voo de Portugal Continental, encontra-se um arquipélago ainda selvagem e bem preservado no meio do Oceano Atlântico: os Açores.
Estas nove ilhas vulcânicas, reconhecidas em 2019 e 2020 como o primeiro destino de turismo sustentável do mundo, são um paraíso onde a natureza, o turismo e as comunidades locais coexistem de forma harmoniosa.
Pessoalmente, tenho uma paixão pela ilha do Pico. Menos turística que a ilha de São Miguel, o Pico oferece-nos uma grande diversidade de experiências : caminhadas magníficas, visitas a vinhas únicas no mundo, observação de baleias, banhos refrescantes nas inúmeras piscinas naturais (ou poças), mergulho, snorkeling com golfinhos, e até uma subida com pernoite à montanha mais alta de Portugal! E tudo isto acompanhado por fantásticas opções locais gastronómicas e vinícolas.
A Ilha do Pico apresenta um ecossistema caracterizado pela rocha vulcânica negra que a compõe, mas também pela tenacidade dos seus habitantes. Contra todas as expectativas, e entre tantas outras proezas, os locais conseguiram, no século XV, cultivar vinhas em rochas vulcânicas. Uma paisagem transformada, considerada desde 2004 como Patrimônio Mundial da UNESCO, que produz únicos vinhos comumente identificados como o vinho do Pico.
Infindáveis muros de pedra basáltica foram construídos para proteger as vinhas dos ventos e absorver o calor do sol. Se pudéssemos organizar todos os muros presentes na ilha, numa única linha reta, ela percorreria duas vezes o perímetro do mundo !
A Ilha do Pico é também onde pode escalar a montanha mais alta de Portugal (Monte do Pico com um pico de 2351 metros). Depois da subida, seremos recompensados com um uma vista fantástica e poderemos acampar e aí pernoitar, rodeado de silêncio e milhões de estrelas. Não é uma atividade difícil, garanto ! E é uma experiência inesquecível.
A ilha está estrategicamente localizada a apenas 30 minutos de ferry de duas outras ilhas bastante distintas a nível de flora, fauna e geologia: ilha do Faial e ilha de São Jorge.
Junte-se a nós nesta viagem, repleta de experiências sustentáveis e gastronómicas na Ilha do Pico!
Todas as fotos deste artigo realizadas Sílvia Olivença (à excepção das tiradas no topo do Pico – créditos para Tripix e Kim Wolde for the overnight camping picture).
Mais do que nunca, acreditamos que os Açores são um dos melhores destinos do mundo para um turismo sustentável e em segurança, depois de um período de pandemia, quando pudermos voltar a viajar.
Se é apaixonado/a por comida ou amante de vinhos, fascinado/a pela natureza, curioso/a pela cultura, amante do mar e curioso/a por caminhadas na montanha, então a Ilha do Pico é a ilha de eleição!
Longe das multidões mas intimamente ligada às comunidades locais, esta aventura será uma oportunidade de partilhar experiências, de relaxar, de descobrir novos sabores e de explorar a gastronomia açoriana.
A experiência Oh! My Cod Viagem ao Pico é baseada numa abordagem descontraída para viagens de grupo. Esta experiência assemelha-se a uma viagem com amigos apaixonados pelo mar e animados por um grande apetite por cultura, gastronomia, vinho e pela ligação com a natureza.
Uma combinação de experiências entre a terra e o mar, caminhadas, mergulhos, degustações, descoberta dos vinhos locais e ainda a oportunidade de participar em vindimas com as comunidades locais (somente em Agosto!).
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- Duração: 7 noites / 8 dias
- Começa e termina em : Ilha do Pico
- Nível físico:3/5 (possibilidade de escolher experiências que melhor se adaptem aos seus interesses).
- Atividades : passeios gastronómicos, natação, degustação de vinhos, praia, aulas de culinária, visita às vinhas património da UNESCO, caminhada na montanha, vindimas (Agosto), observação de baleias, mergulho com snorkel, trekking (montanhismo), pesca e vela.
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- Desfrute do sol, do mar e do fundo do mar, mas acima de tudo das maravilhosas Poças.
- Prove um dos melhores bifes de atum do mundo, de origem local e sustentável.
- Suba o Pico e pernoite no topo da montanha mais alta de Portugal. Admirar as estrelas e o nascer do sol é uma experiência de tirar o fôlego.
- Conheça as origens do vinho do Pico e prove as 17 uvas locais.
- Caminhe por entre vinhas únicas no mundo (Patrimônio Mundial da UNESCO).
- Explore a ilha de carro e através de caminhadas organizadas.
- Apanhe o barco (ferry) e passe um dia na ilha de São Jorge: prove as maiores amêijoas de Portugal.
- Apanhe o barco (ferry) e passe um dia na Ilha do Faial: descubra as fantásticas formações vulcânicas formadas na última erupção e experimente a gastronomia local desta ilha.
- Participe da época das vindimas e da cultura local (exclusivamente em agosto).
- Navegue com um pescador.
- Conheça a carne IGT dos Açores e o seu sabor característico obtido graças a um método de produção e envelhecimento tradicional.
- Conheça os dragoeiros (Dracaena draco), com 500 a 1000 anos,
- Este será um “cocktail único” que só uma ilha como o Pico pode oferecer.
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QUER SABER MAIS SOBRE O PICO E PORQUE É TÃO ÚNICO?
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Por esta via, segue o meu agradecimento especial ao Manuel, à sua família e aos seus amigos, por me terem mostrado o seu trabalho e possibilitado participar na vindima.
Na ilha do Pico, as vindimas relevam-se como momentos importantes e festivos. Amigos, familiares e vizinhos, de diferentes partes da ilha, juntam-se para vindimar, durante um mês (de meados de agosto a meados de setembro).
Dado que as uvas amadurecem em momentos diferentes (dependendo das condições climatéricas associadas à geografia da ilha), as vindimas são feitas de forma gradual, ao longo das semanas de Agosto, podendo a mesma pessoa participar em várias vindimas (se tiver energia!).
Praticamente todas as famílias na ilha possuem um terreno com uvas para a produção de vinho. Se num determinado dia, a vinha de Manuel tem de ser vindimada, na semana seguinte Manuel irá certamente ajudar uma outra família ou amigos, no outro lado da ilha, quando as uvas estiverem prontas para serem colhidas.
Apesar da ilha ter uma área razoavelmente pequena, as condições geológicas da ilha condicionam os diferentes tempos de maturação, e este é um fator importante que favorece fortemente a sociabilidade durante o período das vindimas.
Após cada vindima, é preparado um óptimo almoço e/ou jantar, no qual é servido o vinho do ano anterior! As mulheres que não estiveram na vindima, preparam deliciosas refeições para grupos de 10, 20 ou até 30 pessoas!
Em volta da mesa, todos esquecem o cansaço e esta é uma oportunidade para conversar das colheitas e relembrar o passado.
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Na ilha do Pico, as vinhas crescem no solo de origem vulcânica e florescem na rocha. Os primeiros colonos introduziram a cultura da vinha no Pico no final do século XV.
No Pico, apenas 3,4% do solo era fértil. Para enfrentar a “maldição” da terra, os habitantes, tenazes e engenhosos, transformaram a pedra estéril numa terra rica e cultivável.
A lava, proveniente do vulcão do Pico, transformada em rocha, foi fendida e um pequeno pedaço de solo fértil foi derramado em cada abertura. De seguida, uma muda de videira foi plantada, num ângulo preciso, de modo que crescesse ao longo do solo. Grande parte do solo utilizado neste processo foi transportado em pequenos veleiros do Faial, outra ilha do arquipélago dos Açores.
Para proteger as vinhas dos ventos atlânticos foi construído um labirinto sem fim de paredes de pedra denominadas “currais”. Atualmente, as paredes de pedra, feitas para proteger os 2.439 hectares de vinhedos, dariam a volta duas vezes ao planeta se estivessem organizadas em linha reta! Difícil de acreditar quando pensamos no tamanho desta ilha!
Uma outra função importante desta arquitetura, é associada ao fato do basalto negro absorver e refletir o calor, produzindo uvas mais maduras e doces.
Em 2004, estas vinhas foram consideradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO..
Hoje, existem 17 variedades de uvas na ilha.
Os dragoeiros (Dracaena draco) são antigos “primos” do Verdelho (uma das mais importantes castas vinícolas desta ilha ao longo dos séculos). Estima-se que a árvore mais velha tenha entre 500 e 1000 anos.
Os dragoeiros, usados para tingir, foram uma das principais plantas de interesse comercial entre os séculos XV e XIX. A sua resina de cor vermelho sangue, conhecida como sangue de dragão, era utilizada na produção de tintas, corantes, vernizes e medicamentos.
Mas eles também desempenharam um papel essencial na produção de vinho do Pico! As folhas dos dragoeiros eram usadas pelos tanoeiros para selar os vasilhames em madeira para o armazenamento do vinho e pelos viticultores na enxertia suas vinhas!
Estas árvores de aspecto peculiar, são originárias das Ilhas Canárias, Marrocos, Cabo Verde, Madeira e Açores em Portugal.